Este artigo resulta de um trabalho de investigação em curso na Universidade de Valladolid sobre as transformações no espaço histórico de Santarém no contexto da urbanística moderna. Analisa os processos de transformação da morfologia urbana da estrutura polinucleada, composta pelo núcleo urbano da vila alta, no cimo do planalto e pelos núcleos urbanos da vila baixa (Alfange e Ribeira) nas margens do Tejo na sequência do processo de desamortização dos conventos situados dentro e fora de portas, na envolvente à vila alta muralhada formando um duplo perímetro urbano.
A desamortização tem como consequências disponibilizar solo apto para urbanizar correspondente às antigas cercas e ao tecido edificado apto a acolher novas funções, transformando edifícios religiosos em quartéis militares, habitações, praças de touros, cavalariças ou instituições públicas.
Este factor confere significado às permanências e às mudanças morfológicas do processo de transformação da vila alta em centro urbano nos alvores da urbanística moderna. “É necessário encontrar o sentido de permanência nos centros urbanos antigos, dentro da ordem actual da cidade. A forma de encarar o novo e o velho sobre as permanências e as mudanças.” (Alfonso Mora, 1980)